Ao consumir produtos que contêm tabaco, os praticantes de esportes diminuem sua performance, principalmente em relação à respiração. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), enquanto pratica esporte, quem fuma fica cansado com mais facilidade; sofre com falta de ar; tem resistência reduzida; e poder de reação mais lenta.
O cigarro tem cerca de 4.720 substâncias, e três em especial comprometem o desempenho físico. A nicotina diminui o tamanho das artérias, responsáveis por levar o sangue até o músculo, gerando um desempenho muscular bem menor, além de aumentar os batimentos cardíacos. O alcatrão reduz a elasticidade do pulmão. Já o monóxido de carbono compete com o oxigênio. Assim, os fumantes ficam cansados com mais facilidade, sofrem com falta de ar, têm resistência reduzida e o poder de reação é mais lento, o que dificulta e até impede a pática esportiva.
Os benefícios de parar de fumar são percebidos rapidamente. De acordo com o Inca, após duas horas sem cigarro, a nicotina deixa de ser detectada na corrente sanguínea, após oito horas, o nível de oxigênio normaliza-se e, até 24 horas depois, os pulmões funcionam melhor. Dois dias depois da última tragada, já é possível perceber melhor cheiros e sabores e, após um ano, o risco de infarto do miocárdio cai pela metade.
Redução do tabagismo
Junto com as leis de proibição do tabaco e o controle da publicidade, as campanhas que marcam o Dia Nacional de Combate ao Fumo [celebrado no dia 29 de agosto] têm ajudado a reduzir o número de fumantes no Brasil. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, feita pelo IBGE e pelo Ministério da Educação, por exemplo, constatou que houve queda na experimentação de cigarro pelos alunos do 9º ano, de 19,6% em 2012, para 18,4% em 2015.
Já segundo dados do levantamento “Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico”, do Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos 10 anos, sendo que 10,4% da população das capitais brasileiras mantêm o hábito de fumar. Em 2006, o percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais.
Os homens permanecem como os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), e as mulheres fumantes representam 8,3% do total da população feminina das capitais. Há 10 anos, esse número era de 20,3% entre os homens e de 12,8% entre as mulheres.
O Ministério da Saúde alerta que, apesar da redução do número de fumantes, as doenças causadas pelo tabagismo acarretam aproximadamente 200 mil mortes por ano no Brasil. O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como câncer e problemas pulmonares e cardiovasculares.
Tratamento
A rede pública de saúde oferece medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona para quem quiser parar de fumar.
“A gente trabalha em grupos ou de forma individual. O fumante é um dependente químico. Ele precisa ser ouvido e, se for o caso, é oferecido o apoio com medicamentos”, afirma Andréa Reis Cardoso, técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do Inca. Ela ressalta, no entanto, que a maioria dos fumantes consegue abandonar o cigarro sem a necessidade de medicamentos.
Mais informações sobre o tratamento do tabagismo pelo SUS estão disponíveis pelo Disque Saúde. O número 136 funciona 24 horas com atendimento eletrônico, de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, e aos sábados e domingos, das 8h às 18h. A ligação é gratuita e pode ser feita de telefones fixos, públicos ou celulares, de qualquer local do país.
(Fonte: Portal Brasil)