Estamos rodeados de capas de revistas com famosas magras, de redes sociais, programas de televisão falando em como perder peso, enfim, diariamente somos bombardeadas com esse tipo de informação, não é mesmo?
Mas o que é perfeito? Qual é o parâmetro de beleza?
Se alguém é magro e gosta de ser assim, tudo bem, opção dele, cada um tem o seu biotipo e o seu objetivo de peso e, com certeza, conquistou o corpo que tem com esforço e dedicação.
Saúde não é sinônimo de magreza, significa acima de tudo estar de bem consigo mesmo. E vamos combinar, nunca iremos nos sentir de bem com a vida se não olharmos com outros olhos e pararmos de nos comparar.
Claro, às vezes é necessário ganhar ou perder peso, mas precisamos ser coerentes, ganhar ou perder o que é necessário e ter a maturidade de saber manter o resultado. Afinal, não dá para ficar a vida toda fazendo dietas, é necessário se reeducar e manter uma vida saudável.
O que é fome
Fome é quando o organismo gera sinais para desencadear a ingestão de alimentos. No entanto, é importante que você saiba diferenciar a fome física (fisiológica) da fome emocional.
Quando como, o que eu sinto? O que identifico? É prazer, conforto ou dor? É uma recompensa depois de um dia de trabalho cansativo ou uma compensação pela falta de atenção das pessoas que me rodeiam? Será um calmante que uso quando estou ansioso, um estímulo quando me sinto mal ou um afago à falta de autoestima e amor próprio? É o quê, afinal?
Só depois de se tomar consciência deste significado, desta associação entre comida e emoção, é que se pode começar a pensar no que podemos fazer para alterar esse comportamento. E mais importante ainda: só após a descoberta deste significado é que vale a pena pensar se faz sentido ou não mudar esse comportamento.
Quero mudar? Quero transformar algo na minha vida? Quero melhorar o modo como encaro as minhas experiências? Melhorar a minha autoestima? Desenvolver uma relação saudável com a comida?
Tipos de fome
A fome física pode ser chamada de fome fisiológica. A fome emocional é a nossa fome psicológica.
Qual é a diferença entre a fome física e a fome emocional?
Para um emagrecimento saudável, é fundamental sabermos identificar cada uma. Comer é necessário quando se tem fome física. A fome emocional deverá ser suprida com outras ferramentas e não com a comida.
A fome física aparece quando o corpo sente a necessidade de reabastecer as energias, e isso se dá através da alimentação. Já a fome emocional não pode ser suprida com comida, sentimos um “vazio” tão grande que confundimos com fome. Este “vazio”, muitas vezes, caracteriza-se por uma carência emocional ou porque estamos tristes, entediados ou com raiva de alguma coisa.
Como identificamos a fome física?
Para identificarmos a fome física, ou a chamada “fome do estômago”, é preciso ficar atento aos sinais que ela apresenta. Normalmente, a fome física vem aos poucos e vai aumentando com o passar das horas. Sentimos que estamos no controle da situação, sendo possível planejar a refeição seguinte.
Muitas vezes, sentimos uma “fraqueza” física, um desconforto: sinal do corpo pedindo energia. Outras vezes, o estômago ronca, muitas pessoas sentem uma leve dor de cabeça, a famosa “dor de cabeça de fome”.
Como identificamos a fome emocional?
Sentimentos como tristeza, raiva, frustração, ansiedade são alguns desencadeadores da nossa fome emocional. Normalmente, ela aparece repentinamente, junto com a sensação de urgência, de necessidade de comer alguma coisa naquele exato momento. E você sente vontade de comer alimentos mais calóricos, ricos em gordura e açúcar, que falsamente trazem mais prazer.
A fome emocional não deve ser simplesmente ignorada, mas trabalhada. Viver as emoções e não descontar na comida. A comida, muitas vezes, causa uma sensação de alívio imediato, mas não a longo prazo. Após comer por fome psicológica, vem a sensação de culpa por ter comido, a sensação de fracasso, e isso nos deixa com mais fome psicológica.
O grupo musical Titãs é muito feliz na letra da sua música “Comida”, quando nos questionam: “Você tem fome de quê”?
Veja este pequeno trecho:
“A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Pra aliviar a dor…”
Partindo do princípio que fome é uma necessidade orgânica e fisiológica, e que comida é a energia que precisamos para manter nosso corpo vivo e funcionando, confira cinco dicas para driblar a fome emocional:
1 – Se está sentando em frente ao computador e se sente entediado, em vez de buscar aquele “bombom” na gaveta, levante-se e dê uma caminhada pelo corredor.
2 – Quando estiver em meio a uma atividade que traz um certo grau de irritação, em vez de descontar na comida, permita-se fazer um intervalo, levante-se da mesa, converse com um colega. Isso trará uma sensação de alívio e relaxamento.
3 – Invista em alimentos ricos em triptofano, magnésio, cálcio, vitamina B6 e ácido fólico. Nutrientes que ajudam no relaxamento e a driblar o estresse. Consuma alimentos como banana, leite desnatado, cacau, carnes magras, aveia.
4 – Saboreie o alimento. Se der vontade de comer um doce em meio à fome emocional, permita-se comer um pedaço, mas deguste. Por exemplo, se for um chocolate, experimente deixar ele derreter em sua boca, não mastigue. Vai durar mais tempo em sua boca e vai lhe trazer mais sensação de prazer.
5 – Tenha horários estabelecidos para as refeições. Assim fica mais difícil comer “fora de hora”.
Conclusão
Sentir-se feliz com seu corpo e consigo mesmo é um fator fundamental nos dias de hoje, mas muitas pessoas até fogem dos espelhos, pois vivem uma dura guerra com a balança e seu corpo.
Emagrecer não é sinônimo de dietas restritivas, por isso a ajuda de profissionais da área ajudará a encontrar um equilíbrio, pois perder peso não é nada fácil, mas manter-se saudável depende da aquisição de novos comportamentos.
Nutrição não é sinônimo de dietas da moda, e sim de escolhas alimentares saudáveis para uma vida feliz.
Luciana Sampaio – Nutricionista Esportiva e Coach